16.9.12

Política inglesa vs Política portuguesa

24 de março – Lê-se num jornal diário :”O chefe do Governo britânico está sob pressão, na sequência do escândalo de corrupção que envolveu o co-tesoureiro do Partido Conservador e o levou à demissão. (…) O Partido Trabalhista britânico exigiu a abertura de um inquérito independente para investigar a venda de favores feita em nome do primeiro-ministro David Cameron, embora este tenha negado a existência de financiamentos paralelos no seu Partido e anunciado a abertura de um inquérito interno. "Todas as doações ao Partido Conservador têm de cumprir os requisitos da lei eleitoral", garantiu David Cameron. O governante está sob pressão, após a demissão do co-tesoureiro do Partido Conservador Peter Cruddas, na sequência de ter sido filmado pelo "Sunday Times" a oferecer favores do Governo, mediante avultadas doações. "250 mil libras dá acesso à 'Primeira Liga', que inclui um jantar com o primeiro-ministro, David Cameron, e a oportunidade de poder influenciar a política do Governo", disse Peter Cruddas aos jornalistas do "Sunday Times", que fingiam ser potenciais investidores de um fundo sediado no Liechtenstein. Cruddas acreditava que o facto de as doações serem oriundas do Liechenstein levava a que passassem despercebidas à luz da lei eleitoral britânica. "Se não estiverem satisfeitos com alguma coisa, vamos ouvi-los e faremos chegar as vossas questões à comissão política da porta nº 10 de Downing Street", explicava ainda aos jornalistas disfarçados de investidores. O escândalo levou à demissão do co-tesoureiro do Partido Conservador inglês, que veio pedir desculpa em público pelo sucedido, lamentando "qualquer impressão de impropriedade." "Que fique claro que nenhum donativo pode influenciar a política ou dar acesso indevido a políticos", disse Peter Cruddas, contrariando aquilo que tinha dito no vídeo. Em Portugal, pelo que conhecemos da recente experiência portuguesa isto devia passar-se assim: a) O video não devia ser visto porque era ilegal b) O título teria vários alegados c) Várias vozes estariam a bradar contra os péssimos jornais e os péssimos jornalistas que divulgavam o video d) O conteúdo do video sera considerado matéria privada e o video não seria aceite em inquérito algum e) Ninguém se demitiria e não só passava por mártir do neoliberalismo e da direita trauliteira como ainda exigia aos seus colegas de partido que defendessem a sua honra f) Provavelmente teríamos altas figuras deste país a mandar destrur o video, a tentar cortá-lo em fatias com uma tesoura ou a dizer que ele dava vontade rir. 27 de março – Este país é de modas. E quem está na moda hoje é… António Costa. Político profissional há mais de 20 anos, várias funções ocupadas, de deputado a autarca passando por ministro sem que, em nenhuma delas, se lhe reconheça qualquer obra minimamente relevante. Mas reúne outros requisitos e qualidades de monta para aqueles que julgam que escolhem: é de cor, tem um discurso redondo, é filho e irmão de jornalistas. Quanto baste para ser o melhor candidato de sempre a qualquer coisa de topo, seja a presidência da República ( já imaginaram a suprema felicidade de também termos um Obama? ) ou a “insegura” liderança do PS. Assim de repente, lembro-me da ocasião em que estalou a ‘bomba’ Casa Pia e o cavalheiro foi ‘alegadamente’ apanhado nas escutas a fazer tráfico de influências junto de tudo o que era juiz e ministro da justiça, secretários de estado….para libertar o seu camarada de partido. Com candidatos a cargos de topo desta envergadura, é fácil vaticinar a trajetória de Portugal : 1º Continuação de um estado enorme, altamente corrupto onde os governantes negoceiam contratos ruinosos para o estado e altamente lucrativos e sem risco para certas empresas , para onde saltam como administradores e outros cargos após alguns anos (poucos) de nojo. 2º Continuação do estimulo á pobreza, colocando entraves ao investimento, à iniciativa e ao trabalho bem como incentivando e subsidiando empresas falidas ou inviáveis. 3º Continuação duma carga de impostos de tal maneira elevados que impedem a produção e a viabilidade de muitas iniciativas. 4º Continuação de subsídios diversos, mantendo a ociosidade de uma mole imensa de potenciais votantes nesses candidatos. 5º Continuação da produção de leis que protejem essencialmentes estas “elites” governantes que, ao contrário da restante população que empobrece, enriquece com rendas vitalicias pagas pelo estado e lugares em empresas que previamente beneficiaram ou empresas públicas ou universidades ‘manhosas’, etc. 6º A justiça continuará igual, incapaz de castigar um corrupto, um grande ladrão ou um grande vigarista. in Nova Aliança, 30 / 3 / 2012

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