18.6.14

A greve dos professores

A conceção1 da prova é a culpada pelos maus resultados, diz Lurdes Figueiral, presidente da Associação de Professores de Matemática. Aparentemente, para um professor de matemática, é possível calcular, a olho nu e com elevado grau de confiança, a existência de diferenças significativas entre duas médias, uma de 47%, outra de 49%. Eu sei que é um preciosismo matemático – algo que não se deve esperar obrigatoriamente de um professor de matemática – mas, é 47% diferente de 49% com provas diferentes e diferentes alunos? De acordo com Lurdes Figueiral, em declarações à TSF (sem link), houve uma preponderância de exercícios de cálculo na prova de matemática, algo que, pelo exagero, prejudicou os resultados. É um problema neste país: cálculos a mais. Este excesso, tão prejudicial para aferir a realidade (quer das contas públicas do país, quer das aprendizagens dos alunos), estraga a possibilidade de conclusões peremptórias através da ferramentas bem mais relevantes que o cálculo: o desejo, a paixão e a certeza conceptual da bondade em tudo o que é justamente belo. Numa coisa Lurdes Figueiral tem razão: as provas aos alunos não são boas para aferir as aprendizagens dos alunos; porém, são excelentes para aferir professores, motivo pelo qual não faltarão movimentos exigindo a sua abolição. Nova Aliança, 7 / julho / 2013

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