18.6.14

O 'palhaço' e as medidas a tomar

16 de julho – Os tempos andam mesmo estranhos. Então não é que uns palhaços do Ministério Público resolveram arquivar a queixa-crime de um palhaço que mora em Belém, por se ter sentido ofendido por um palhaço que escreve nos jornais lhe ter imputado essa nobre profissão!... Os palhaços do Ministério Público arquivaram rapidamente o processo contra o palhaço jornalista, fundamentando a decisão no princípio da “liberdade de expressão”, que “é válida não apenas para juízos de valor favoráveis, inofensivos ou indiferentes, mas também para os que ferem, chocam ou incomodam”. Por isso, chamar “palhaço” ao Presidente da República Portuguesa, ou a qualquer outro titular de um órgão de soberania, ou mesmo a qualquer cidadão português, passa a ser, a partir de agora, um direito fundamental de todos os portugueses, que a Constituição protege e o Ministério Público tutela. Aplicando-se o mesmo critério a outros adjectivos que “ferem, chocam ou incomodam”, o nosso direito fundamental à liberdade de expressão ficará consideravelmente ampliado. É só começar… 20 de julho - O governo português continua teimosamente a insistir em políticas recessivas de austeridade, rejeitando as políticas de crescimento económico que lhe têm sido aconselhadas pela oposição, por eminentes economistas portugueses e estrangeiros, pelas centrais sindicais, por ilustres membros da prelatura lusitana da Igreja Católica, sobretudo pelo seu Bispo Castrense D. Januário Torgal Ferreira, por Tozé Seguro, pelo Presidente da República actual e pelos Presidentes da República pretéritos Mário Soares e Jorge Sampaio, e pelo Doutor Artur Baptista da Silva, conselheiro não ratificado da ONU e verdadeiro herói de Nicolau Santos, o homem do laço.. Tamanha cegueira só pode encontrar justificação na falta de cultura dos membros do governo e numa imensa falta de imaginação para criarem as políticas de crescimento económico de que todos falam. Ou, então, num profundo masoquismo político, que se satisfaz em maltratar o povo e em perder votos e eleições, coisa incomum na política, a merecer estudo psicanalítico. Para suprir essa lacuna governamental e pôr o país no caminho que ele merece, deixamos aqui algumas sugestões de políticas económicas para o crescimento. Embora estas ideias sejam nossas, apostamos que encontraremos a sua grande maioria nas propostas que o Partido Socialista levou para o acordo de salvação nacional. Assim: 1ª Fabricar notas de banco em quantidade suficiente para acabar com a crise e com a pobreza (ideia roubada ao senhor Soares). 2ª Obrigar os bancos a concederem crédito ao consumo e às empresas a custo zero ou próximo disso. Os bancos iriam buscar aos seus lucros perdulários o dinheiro que «perderiam» nestas operações. A dinamização da economia interna com estas medidas seria espectacular e geraria riqueza e prosperidade para todos (ideia roubada do senhor Louçã). 3ª Duplicar o número de funcionários públicos, acabando assim com o problema do desemprego e com a instabilidade na administração pública (ideia roubada ao senhor Arménio Carlos). 4ª Retomar um amplo programa de obras públicas, desde logo o TGV e o novo aeroporto de Lisboa, mas também novas auto-estradas, pontes, hospitais, escolas e outros, através de vantajosas parcerias público-privadas, que gerariam emprego, dinamizariam o mercado interno, criariam riqueza para todos e, mais importante de tudo, não teriam qualquer encargo sobre os contribuintes portugueses (ideia roubada ao senhor Sócrates). 5ª Criar um grande banco público de fomento da economia e das empresas, que emprestaria dinheiro a quem dele precisasse para desenvolver negócios de sucesso garantido (ideia roubada ao senhor Seguro). 6ª Pregar o calote aos alemães e demais credores do tesouro público (ideia roubada do senhor Sócrates). 7ª Obrigar os empresários portugueses a duplicarem os postos de trabalho nas suas empresas, a reajustarem anualmente os salários em 10%, a aplicarem um salário mínimo com o valor praticado na Suécia e a não despedirem trabalhadores nos próximos cinco anos (ideias roubadas ao senhor Jerónimo de Sousa). 8ª Solicitar aos nossos amigos europeus que nos paguem a dívida (ideia roubada ao senhor Seguro que, como devem imaginar, tem muitos amigos por essa Europa fora). 9ª Criar o «Dia Nacional do Empresário», prometer a redução dos impostos num prazo máximo de cinquenta anos, criar condições atractivas para o investimento estrangeiro, como o «Prémio do Investidor Camone do Ano» (pago em títulos da dívida pública), e garantir aos investidores que «Portugal é um país amigo» (ideias roubadas ao senhor Portas). É fácil e não custa nada, como se vê. Só falta começar. Nova Aliança, 25 / julho / 2013

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